segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Interação

Uma prévia do meu planejamento de TCC...


Mais um final de semana em ritmo de vendaval. Parece que o mundo tá com pressa. Impressão minha ou o tempo tem corrido ultimamente? Bem, sem muita filosofia por agora - porque ficar filosofando muito nesse tempo de garoa paulistana é complicado. Vou postar aqui um trecho do artigo que estou escrevendo sobre Artes, Tecnologia e Design de Moda. Ainda é uma análise geral, não entrei no objeto de estudo em si, mas penso em publicar aqui para constar como a primeira intrega ao orientador - entrega aliás que será amanhã., e no mês que vem acontece a segunda entrega já completa. E claro que eu, como aluno aplicado que sou (só pra massagear um pouco o ego), tenho tudo pronto desde ontem. Lembrando novamente que o post do artigo a seguir é somente para constar, já que me dispus a levar este blog como um diário eletrônico dos meus processos acadêmicos.

"Universidade Anhembi Morumbi
Campus de Artes, Design, Moda e Arquitetura
Autor: Rodrigo P. Paiva
1 O Design de Moda como universo midiático de interação

O âmbito do design é tão abrangente quanto as áreas do conhecimento existentes. Tratando mais especificamente do Design de Moda, constatamos a versatilidade e maleabilidade de seu encaixe nos mais diversos campos de atividades, sejam elas de qual ramo forem.

No universo das artes, as afinidades são claras e de fácil assimilação. Logicamente que tratando do Design de Moda e sua discussão sobre o limite entre arte e design (na sua concepção científico-projetual), encontramos diversos argumentos e possibilidades.

Mas dentro do pressuposto de que a arte está presente no Design de Moda como elemento integrante do seu universo (tão somente integrante), conseguimos nos aproximar do pensamento de que são campos similares, tratando da autoralidade e processo criativo influenciado por vertentes artísticas.

Não obstante, presenciamos a crescente integração tecnológica entre os diversos universos midiáticos. E a Moda não fica a par desse processo.

Não somente o universo das artes se propõe a fundir-se com os a expositividade do Design de Moda, mas todo o campo voltado à inovação e percepção de contemporaneidade. Ainda mais se tratarmos das áreas circunscritas na tecnologia e novos materiais. Como tratado por Lipovetisky (2005), todo esse potencial inovador é buscado incessantemente pela Moda, como fundamento essencial de sua estrutura.

Dentro da intersecção entre esses diversos “mundos”, trazemos a coexistência entre a Moda e o universo artístico integrado ainda com a tecnologia. Pode até parecer complexo, mas não é. Pensando em três universos distintos entre si, podemos observar claramente a presença de espaços de interação compartilhados mutuamente. Pontos em que as áreas de conhecimento se cruzam e se transformam em uma experiência híbrida de geração de novos conceitos e conhecimento propriamente dito.


1.2 Interação Artes – Tecnologia – Moda

Visualizando os subtemas propostos para a concepção deste projeto, destrincharemos o mundo das artes em quatro partes: teatro, dança, performance e vídeo-internet. Dentro destas divisões artísticas encontramos sempre espaços de interação artístico-tecnológica. Segundo Villaça (2007, p. 31):

“É a crise do distanciamento entre sujeito e objeto que se busca considerar diante dos novos impactos das tecnologias comunicacionais (...). O sujeito hoje perde progressivamente seu lugar diante do objeto, assumindo mesmo sua etimologia de subjectum. Vai-se a distância ótima que facultava o discernimento e a classificação”

E é realmente isso que ocorre no universo artístico. Começando pela arte teatral, nos deparamos com a constante necessidade de interação público-enredo. Novas vertentes do teatro contemporâneo buscam na tecnologia a solução para esse problema. Utilização de streamming, em que personagens interagem dentro de uma peça teatral, contudo, a milhares de quilômetros de distância. Elementos iconográficos, telões interativos, projeções holográficas, internet e até telefones celulares são meios achados por muitas companhias para auxiliar na inclusão direta do público no espetáculo, de forma dinâmica e real.

O mesmo acontece nos espetáculos de dança. Tratando-se ainda da intermidiatilização, componentes eletrônicos e softwares integrados ao corpo de dança e sua coreografia. Eles traduzem, por meio de elementos sonoros, luminosos e imagéticos, a sensação de comprometimento com o público. Tomando ainda a concepção de que esses elementos contribuem para a consolidação do sentimento expresso em cada movimento e expressão corporal.

As performances também se caracterizam pela utilização de recursos tecnológicos para os mesmos fundamentos da dança. Ampliar as sensações e ampliar a percepção do público perante o que é proposto pelo espetáculo.

Enquanto que o cinema e vídeo, aliado à internet, já são componentes tecnológicos em si. É a própria arte e tecnologia fundidas, pois constituem sua estrutura como um todo. Ainda segundo Villaça (2007), pela internet, a visibilidade e o potencial interativo proporcionado pelo meio, é de grande valia para o meio artístico

Porém, toda a integração desses dois universos, ainda pode ser estendida para a Moda. Pensando na integração da Moda com o campo das novas tecnologias, trazemos o campo artístico como elemento de referência para a criação de conceitos de imagens de moda. Interação de materiais nas coleções, elementos de tecnologia nas apresentações de desfiles e editoriais, já são vistos com maior freqüência na entrada do século XXI.

1.3 Grupo Cena 11

Como proposto neste projeto (que busca a integração dos três universos), trataremos de utilizar como foco o grupo de dança contemporânea Cena 11. Consiste em um grupo brasileiro, reconhecido internacionalmente por sua vertente tecnológica, ousadia diante de temas-chaves de coreografias e elementos acessórios utilizados em cena.

Segundo o site do grupo:

“O Grupo Cena 11 Cia. de Dança desenvolve uma técnica particular e instaura projetos de pesquisa e formação, sempre com o propósito de confluir teoria e prática no entendimento de dança. Um núcleo de criação, com formação em várias áreas, compõe a base para uma produção artística em que a idéia precisa ganhar expansão num corpo e organizar-se como dança. As produções da companhia são: Respostas sobre Dor (1994); O Novo Cangaço (1996); In'Perfeito (1997); A Carne dos Vencidos no Verbo dos Anjos (1998); Violência (2000); Projeto SKR (2002); SKINNERBOX (2005) e Pequenas frestas de ficção sobre realidade insistente (2007).”

Ainda de acordo com o site do grupo, o coreógrafo Alejandro Ahmed, é também diretor artístico e bailarino do Cena 11. É responsável pelo desenvolvimento de coreografias que introduziram a técnica que “objetiva produzir uma dança em função do corpo. Esta técnica foi nomeada de ‘percepção física’ e é um dos pontos que estrutura o trabalho de Alejandro Ahmed. Seu olhar sempre esteve voltado para os limites do corpo e as possibilidades que este propõe para a transformação do corpo do outro, sendo este "outro" um espectador e/ou um cúmplice da ação a que o corpo é submetido.”

Como foco de estudo, estabelecemos a busca e pesquisa sobre o espetáculo “Respostas sobre Dor”, realizado em 1994.

1.4 Público alvo

O publico alvo que almejamos se resume em uma mulher e um homem, de características jovem-adulto, de poder aquisitivo elevado e que não estão interessados em se mostrarem como elite (diante das configurações de estilo inerentes à esta classe). Preferem construir uma imagem ‘desgastada’, com roupas expostas a lavagens desgastantes, desconstrutivas, porém, prezam pela marcas de luxo. São possuidores de comportamento moderno, boêmio, com certo apelativo sexual. A mulher se destaca como personalidade mais enérgica perante a figura masculina, que carrega uma certa ‘submissão’ perante a persona feminina.


REFERÊNCIAS

BERNARD, Malcolm. Moda e Comunicação. Rio de Janeiro: Rocco, 2003.

CASTILHO, Kathia. Moda e linguagem. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2004.

GARCIA, Milton. Corpo, mídia e representação: estudos contemporâneos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

GRUPO CENA 11. Disponível em: < http://www.cena11.com.br/html/grupo.html>. Acesso em: 18 de setembro de 2009.

GRUPO CENA 11. Disponível em: < http://www.cena11.com.br/html/coreogra.html>. Acesso em: 18 de setembro de 2009.

LIPOVESTISKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seus destinos na sociedade moderna. São Paulo: Cia das Letras, 2005.

VILLAÇA, Nízia. A edição do corpo: tecnociência, artes e moda. São Paulo: Estação da Letras, 2007."


3 comentários:

  1. Gostei muito do seu blog
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  2. Poxa!!!! Vc é bom mesmo... rs... Parabéns keridão, continue assim, tenho certeza que vc vai ser um ótimo profissional do meio... além disso pode ser um dos editores de moda em revista tb pela forma que escreve seu trabalho! Vai se dar muito bem mesmo...

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  3. Oi Rodrigo prazer e parabéns pela ideia do Tcc... nao sei se acessa aqui ainda, mas eu me encanto por moda, fiz estilismo de moda, mas hj me dedico ao mundo das cupcakes... em breve vou tentar unir os dois...
    Muito Prazer ...Beijos Pri - my love cupcakes

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